24/11/2008

Na Madeira... (Minha Prima foi comprar um broche)

Ser-se emigrante toda a vida na Venezuela e aterrar do nada num país em que não dominamos de tudo a língua tem destes momentos caricatos (ou constrangedores).
Pois bem, estavamos em 2000 e uma prima minha vem da Venezuela, sem saber dizer pai nem mãe, quanto mais perceber que existem palavras em Espanhol que têm um significado bastante diferente no Português.
Sendo a minha prima uma doida por coisas novas, viciada na sua imagem, dessesperada por conhecer as roupas e acessórios novos que se usavam na altura na Europa eis que decide ir sozinha a uma pequena loja da Cidade (o que não foi grande ideia).
A minha prima tem uma pequena "tara por broches" é verdade, mas daqueles claro, que se colocam por cima do vestuário. Ora, já dentro da Loja, com aquele ar muito ingénuo ainda, toda produzida como sempre, e depois de não os ter encontrado, decide ir informar-se com a única pessoa que havia na Loja (um Senhor de Idade!!!). Chega ao balcão e diz muito convictamente: "Señor, por favor queria um broche!!!!". Pois bem, um homem nunca está a espera de ouvir gratuitamente uma frase destas e muito menos a essa idade; quando muito encavacadamente responde: "Menina você tem a certeza do que me está a pedir??" (Na loja não se vendia isso) e ela diz: "Sim Señor, quiero um Broche, qual o preço??".
Só depois de insistentemente a minha prima exigir que queria um broche é que o homem acordou e percebeu que broche também se diz àquele utencílio, respondendo-lhe que não, não vendemos.
Confusa e achando que não chegava de perguntar o que não deve a pessoas de idade, vai a casa e pergunta à Avó: "Avó, hoje fui a uma Loja porque queria um Broche e o Homem muito mal educado perguntou-me se tinha a certeza do que queria!!!!" Ok uma Avó também nunca estará o suficientemente preparada para ouvir da neta uma pergunta destas, e assim de repente também não se lembrou que a neta é emigrante, mas passado o choque lá teve a mulher de explicar que em Portugal nem tudo se pode perguntar com as mesmas palavras que na Venezuela.
Bem, correu-lhe mal, mas pelo menos ficou logo a saber que "broche" não é coisa que se venda, ou sim?!

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